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Ifá Espirito Santo Liberdade

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O QUE É TEOSOFIA?








Se você perguntar aos teosofistas “O que é a Teosofia?” obterá uma grande variedade de respostas. Alguns lhe dirão que é uma visão globalizada que dá significado e propósito à vida. Outros, que é a Sabedoria Antiga, uma filosofia espiritual que está presente desde tempos imemoriais. Outros ainda, que propõe um estilo de vida, uma senda que conduz à paz e compreensão através do serviço. Teosofia é tudo isso e muito mais.
Trata-se de uma visão global que dá ênfase à Unidade e à interconexão de tudo o que vive e à identidade básica entre todas as espécies na Terra e entre todos os povos.
Não espera credulidade nem se baseia em dogmas, pois sua filosofia busca a compreensão e dispensa fé cega. Não se trata de uma religião, apesar de muitas de suas idéias e conceitos serem fundamentados tanto em antigas quanto em modernas religiões. Seus princípios foram estabelecidos por clarividentes e sábios em eras remotas.
 Por conta disto é chamada “A Sabedoria Antiga”, “Tradição-Sabedoria”, a filosofia perene.



A DOUTRINA SECRETA

 

 
 
Uma brilhante visão geral da Teosofia chegou ao Ocidente em 1888 com a publicação da Doutrina Secreta, escrita por Helena Petrovna Blavatsky. Neste livro, fonte de sabedoria espiritual, a autora menciona antigos sábios, tais como Platão, Confúncio, Gautama Buddha, Jesus, além de filósofos, cientistas e pensadores de sua época.
 
Ela extraiu destas e de outras fontes os fios que entrelaçam, na tapeçaria cósmica, as imagens permeadas pela inteligência e pelo espírito, como se fosse divinamente guiada desde o interior. Retratou os humanos como sendo tanto terrenos como divinos e com um vasto potencial adormecido a ser desvelado nos futuros ciclos da evolução. Descreveu nossa natureza sétupla com sua crescente capacidade de elaborar maiores expressões, emoções e sentimentos, sobre o pensamento concreto e abstrato, sobre a intuição, a compaixão, a consciência da unidade e o anseio espiritual. Esclareceu como os mundos suprafísicos em torno de nós permeiam o mundo físico visível, de onde uma inteligência e uma energia sutís se expressam em nós e em toda a natureza. Dos vários conceitos citados pela Teosofia desde que Blavatsky escreveu a Doutrina Secreta, nenhum foi mais completo ou profundo.

 

UMA VISÃO DOS PROPÓSITOS



 
 A Teosofia responde à nossa busca de um sentido com a idéia de que nós e o universo caminhamos para desvelar os poderes latentes do espírito e da consciência. Isto atende à nossa necessidade de pertencermos a algo mais grandioso que nós mesmos, aponta à chama, em cada um de nós, que é sempre parte da Vida Divina da qual tudo emana. Explica que a vida semeia desigualdades como consequência do karma, a lei do equilíbrio, que nos dá referências para as nossas ações e nos educa.  Isto expande nossa perspectiva até o conceito de que há um “continuum” em muitas vidas, através do quê, crescemos em direção à maturidade espiritual. 
 
 
 
UMA ATITUDE DE VIDA
 
 Há uma atitude implícita na Teosofia, na qual buscamos realizar nossa unidade com todos os outros e aspirarmos despertar nossos mais altos potenciais como a intuição, o entendimento, a percepção, o amor e a compaixão. A Teosofia nos encoraja a expandir nossas mentes através do estudo, expandir nossos corações através da compreensão do outro indo em sua direção e nos esmerando através de um trabalho útil e do serviço altruístico. Encoraja à autocrítica e ao autoexame para que possamos purificar e melhorar nosso caráter, vencendo assim os obstáculos para que realizemos a Vida Divina que se expressa através de nós. O estudo da Teosofia nos inspira a meditar, de modo que possamos tranquilizar nossas mentes e emoções para que encontremos o centro de nossa consciência, a verdadeira essência.
 
 

As bases da Teosofia são razoáveis e de fácil compreensão, mas há também assuntos profundos que desafiam nossa intuição e necessitam de toda uma vida de estudos, para aqueles que sentirem tal inclinação. Qualquer um pode ter uma vida de teosofista buscando a harmonia com a natureza e tudo o mais. Mas esta senda pede que se deixe para trás o homem comum e que se busque desvelar os mais elevados potenciais espirituais. Desta forma, a Teosofia oferece uma filosofia através da qual a vida no presente conduz a um crescimento sem limites.
 
Frequentei por um tempo a loja teosófica no centro do RJ, e de lá extrai a base para este resumo.
 
Por Ifá Korede Iyemi Songo Fe Mi Emerson Fernandes
 
 
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ABIKU - "NÓS NASCEMOS PARA MORRER"



ABIKU - A = Nós; Bi = Nascer; Ku = Morrer [Nós nascemos para morrer]

  No Orun; um mundo paralelo que nos rodeia, onde vivem Deuses e Antepassados, palavra facilmente traduzível por Céu; mora um grupo de crianças chamado Egbe Orun Abiku - as crianças que nascem para morrer em curto espaço de tempo, gerando grande sofrimento para as suas famílias.
  As meninas são chefiadas por Oloiko [chefe de grupo]    e os meninos por Ìyájanjasa [a mãe que bate e corre].
  A permanência dos Abiku ou Emere é condicionada a um pacto que fazem na vinda do Orun para o Aiye [a Terra] com Onibode Orun, o porteiro do Céu.
  Este pacto é cumprido rigorosamente pelos Abiku, uma criança cujo acordo for não nascer, realmente não nascerá; outra que combine voltar quando romper seu primeiro dente, terá morte súbita, por acidente ou por doença, horas ou dias após o aparecimento deste dente.
  Quando uma criança Abiku nasce, seu par, aquele seu companheiro mais chegado no Orun, começará a interferir em sua vida, atormentando-a, aparecendo-lhe em sonhos, a fim de que não se esqueça de seus amigos do Orun e rapidamente volte para eles, assim que houver cumprido o seu pacto.
  Várias histórias de Abiku nos são relatadas nos Itan Ifá, pelos odú Odi, Obara, Ejiogbe, Irete-Irosun, Otura-Rete, Iwori-Wosa entre outros [ Tradição oral ].
 

IWORI-WOSA
  O dia que uma criança dá o aviso que vai se suicidar
  Não se pode permitir que sua intenção se concretize
  Ifá foi consultado para Matanmi (não me engane)
  Que estava vindo do Céu para a Terra
  Ele foi avisado que deveria fazer sacrifício
  O que devemos sacrificar para não sermos enganados pela Morte?
  ...
  O que devemos sacrificar para não sermos enganados pela Doença?
  ...
EJIOGBE
  O olho da agulha não goteja pus
  No banheiro não se põe uma canoa a navegar
  Ifá foi consultado para Òrúnmìlà
  Quando ele fazia um pacto com Emere (Àbíkú)
  Um pacto fora feito com Emere (Àbíkú)
  Ele não iria morrer logo na flor da idade
  O caso do Emere (Àbíkú) agora fica seguro com Ifá
  A primeira vez que os Àbíkú vieram para a Terra foi em Awaiye, rei de Awaiye, num grupo de duzentos e oitenta, trazidos por Alawaiye, rei de Awaiye e chefe deles no Òrun. Na vinda para a Terra, todos pararam no portal do Céu e vários pactos foram feitos. Eles voltariam ao Òrun
quando:
  - Vissem pela primeira vez o rosto de sua mãe;
  - Casassem;
  - Completassem 7 dias de vida;
  - Tivessem novo irmão;
  - Construíssem uma casa;
  - Começassem a andar.
  E nenhum queria aceitar o amor de seus pais, e os presentes e mimos seriam insuficientes para retê-los na Terra, e talvez alguns absolutamente não nascessem.
  Esta primeira leva de crianças Àbíkú combinaram entre si também roupas, rituais, chapéus e turbantes, tingidos de òsun que teriam valor simbólico de 1.400 búzios e que, se seus pais adivinhassem estas roupas e dessem-nas como oferendas, poderiam segurá-las na Terra.
  As roupas seriam colocadas penduradas nas árvores do Bosque Sagrado dos Àbíkú, em Awaiye, e seus pais fariam anualmente uma festa, com tambores e cantigas, para alegrar os Àbíkú, que seriam untados com òsun, e não voltariam mais ao Òrun, rompendo assim o pacto feito, e seu vínculo com o Egbe Òrun Àbíkú.
Outras histórias são contadas por Òrúnmìlà sobre crianças que, depois de várias idas e vindas entre o Céu e a Terra, puderam ser conservadas vivas, devido a seus pais terem consultado Ifá e feito os Ebo determinados por Òrúnmìlà, trocando ou acrescentando um nome que os desanimassem de morrer novamente, usando folhas sagradas em fricções nos seus corpinhos, para afastar os outros companheiros Àbíkú, colocando em seus tornozelos Sawooro , fazendo em seus corpos pequenas incisões, e através delas inserindo pó preto e mágico de uma mistura de folhas, e com este mesmo pó enchendo um amuleto de couro em forma de pequeno saco, chamado Óndè que seria preso à cintura da criança.
  Alguns Àbíkú também deveriam colocar em seus tornozelos pesadas argolas e correntes que não os deixariam fugir para o Òrun. As oferendas eram feitas como recomendavam os Itan Ifá - roupas e chapéus tingidos com òsun, alimentos, guizos, búzios, doces, bebidas, dentre outros segredos a serem entregues no Bosque Sagrado, ou enterrados à margem de um rio, ou soltas nas águas.
  Estes Ebo possibilitariam aos pais reter seus filhos na Terra, e eles não morreriam mais.
  Porém, se apesar das oferendas, os chefes das Comunidades Àbíkú, Oloiko e Iyajanjasa insistissem em vir à Terra em busca de suas crianças, e conseguissem levá-las de volta ao Òrun, os pais deveriam marcar seus corpos, para que seus pares no Òrun não os reconhecessem ou aceitassem de volta. 
Também pelas marcas seriam reconhecidas quando voltassem à Terra e não quereriam mais nascer.
 
 
  Nas terras de ancestralidade Yorùbá, uma mãe que perde vários filhos antes ou depois do nascimento, por morte brusca, súbita ou inexplicável, procura um Bàbáláwo e descobre estar dando a luz a uma criança Àbíkú, que pode nascer e morrer inúmeras vezes impedindo-a também de ter filhos normais.
O Bàbáláwo indica a necessidade de Ebo, o uso de folhas, procedimentos estes usados para afastar o Àbíkú, se os filhos da mulher estiverem mortos, e para que ela possa gerar crianças perfeitas. Ou para reter a criança na Terra e romper seu vínculo com o Òrun, mantendo-a viva.
  Até que a criança complete nove anos, sempre próximo à data do seu aniversário, determinadas oferendas serão feitas e depois repetidas até o Àbíkú completar dezenove anos.
  A criança deverá usar roupas especiais, com enfeites e cores específicas, seu nome deve ser mudado ou a ele acrescentado outro, que desestimule sua volta ao Òrun.
  Guizos em quantidade devem ser presos a seus brinquedos, roupas, tornozelos, pulso, pois o som dos guizos faz bem ao Àbíkú e afasta os amigos do Céu.
  A fava Éerù, no Brasil chamada Bejerekun, deve ser usada em banhos e chás, pacificando a criança, Efun também pode ser utilizado para acalmá-la.
Vários povos ao redor do Golfo de Guinéa tem a mesma crença nos Àbíkú, embora dêem à eles nomes diferentes. Os Nupe chamam-nos de Kuchi ou Gaya-Kpeama. Entre os Ibo, são chamados Ogbanje ou Eze-Nwanyi ou Agwu ou ainda Iyi-Uwa Ogbanje. Já os Haussa chamam-nos Danwabi ou kyauta. 
Os Akan denominam a mãe de um Àbíkú Awomawu e entre os Fanti são conhecidos por Kossamah.
  Famílias que já perderam um ou mais filhos, tendem a buscar na religião um consolo e uma explicação para estas mortes, e é dever da Tradição de Òrìsà e do Candomblé Ketu, estar apta para oferecer, além de um amparo religioso que diminua o sofrimento dos pais, uma solução para que tal tragédia não mais ocorra.
  Temos muita pouca literatura em português sobre o assunto, talvez apenas a tradução de um excelente artigo de Pierre Verger, publicado em 1983 na Revistas Afro-Asia no 14, com uma explanação ampla sobre Itan Ifá, Oruko Àbíkú, folhas e Ofo do qual farei citações literais mais adiante.
  Outros autores africanos, franceses e ingleses falam sobre o assunto, em considerações superficiais ou profundas, mas suas publicações não estão disponíveis para a quase totalidade do sacerdócio brasileiro.
  O fato de não possuirmos no Brasil local determinado, como a Floresta Àbíkú de Awaiye, não nos impede de sacralizar parte de um bosque para receber as oferendas das famílias das crianças Àbíkú.
 
 
 
Nada porém dever ser feito sem confirmação e autorização de Òrúnmìlà, pois só a ele cabe nos orientar em nossas dificuldades e dúvidas.
 
 
Por Ifá Korede Iyemi Songó Fé Mí
 
 


Òkòtó é o cálculo matemático da cabeça de Èsú...

  
Foto: Oòkòtó é uma espécie de caracol e aparece nos motivos das esculturas e como emblema entre os que fazem parte do culto de Èsú. Ele consiste em uma concha cônica cuja base é aberta, utilizado como um pião. O òkOtó representa a história ossificada do desenvolvimento do caracol e reflete a regra segundo a qual se deu o processo de crescimento; um crescimento constante e proporcional, uma continuidade evolutiva de rìtmo regular. O òkòtó simboliza um processo de crescimento.O òkòtó é o pião que apoiado na ponta do cone- um só pé, um único ponto de apoio- rola "espiraladamente" abrindo-se a cada revolução, mais e mais, até converter-se numa circunferência aberta para o infinito (cume oco ). É Ifá quem diz; " ò ni, òkòtó, ò ni, Agbegbe lójú bèè ló si n fi esè kan gogogo pòòyi rányinrányin
kálè" trad; Ele diz; òkòtó (pião-caracol), Ele diz; ele tem um amplo cume oco.
Assim òkòtó com uma só perna ,rola por toda a superfície do solo. Esse odù foi recitado pelo Babálawo Ifátoogun para ilustrar as múltiplas variedades de Èsú- orísírisí Èsú-- para explicar seu papel como fator de expansão e de crescimento a partir de um único Èsú_ o pé do òkòtó, Àgbá Èsú_ de cuja natureza as múltiplas unidades participam. Òkòtó ilustra não só que os Èsú, "apesar de numerosos, sua natureza e sua origem é única ", mas também ele explica o significado dinâmico, sua maneira de crescer e de se multiplicar "em espiral ". Èsú é UM multiplicado ao infinito. Em numerosos textos e cantigas encontra-se essa relação de Èsú com o número 1. Assim, numa parte do itan que ilustra esse Odù, conta-se que, quando Èsú acabou de se preparar para vir do òrun ao àiyé já que "queria abençoar aqueles que não eram numerosos na terra, e porque ele percebia claramente que as cidadezinhas se lastimavam amargamente por não crescer ", ele convocou todos os seus descendentes no òrun, "os filhos de seus filhos, de geração a geração", e os contou durante longo tempo; "eram mil e duzentos, Àgbà Èsú, ele própio, o rei de todos, acrescentou UM a seu número, o que fez 1201". Assim interpretasse que "a adição de uma unidade ao número redondo evoca a continuação... o número redondo, ao contrário,... marca uma paralização na numeração, logo, por analogia, uma paralização das relações sociais das partes, um limite.... " Essa capacidade dinâmica de Èsú que tanto permite a Sàngo lançar suas pedras de raio como a Òsányìn preparar seus remédios, esse poder neutro que permite a cada ser mobilizar e desenvolver suas funções e seus destinos, é conhecido sob o nome de Agbára. Èsú é o senhor-do-poder, Elegbára, ele é ao mesmo tempo seu controlador e sua representação. Olórun delegou esse poder a Èsú ao entregar-lhe o Àdó-iràn, a cabaça que contém a força que se propaga. O Àdó-irán constitui um de seus principais emblemas e está presente nos "assentos" e em numerosas esculturas sob a forma de uma cabaça de longo pescoço apontando para o alto que Èsú carrega em sua mão. Principio dinâmico e símbolo complexo que participa de tudo o que existe, em sua força abstrata , Èsú só precisa apontar seu àdó para transmitir a força inesgotável que tem. Èsú, como Ifá, possui um culto e sacerdotes, mas por causa de seu significado está ligado a todos os cultos dos ìrúnmolè, tanto òrisà como ancestrais, participando de todos eles. Èsú o primogênito do universo. "ORERE TI NDU ORI ELEMERE, BABÁ MI TA MI L'ORE OLA MO SIRE AGBE RODE O " . Trad; Èsú o bondoso, que se preocupa, em melhorar a qualidade de vida, de todos os seres. Oh! meu pai, me presenteie com a prosperidade, fui propagar a sua sabedoria à todas as pessoas.

Este texto é um resumo de pesquisas feita no livro os nagô e a morte.
Postado por Iyalorisa e Iyanifa Ifayemi
Por Ifá Talabi Sola Oju Oba Omi
 
O òkòtó é uma espécie de caracol e aparece nos motivos das esculturas e como emblema entre os que fazem parte do culto de Èsú. Ele consiste em uma concha cônica cuja base é aberta, utilizado como um pião. O òkòtó representa a história ossificada do desenvolvimento do caracol e reflete a regra segundo a qual se deu o processo de crescimento; um crescimento constante e proporcional, uma continuidade evolutiva de ritmo regular. O òkòtó simboliza um processo de crescimento. O òkòtó é o pião que apoiado na ponta do cone- um só pé, um único ponto de apoio- rola "espiraladamente" abrindo-se a cada evolução, mais e mais, até converter-se numa circunferência aberta para o infinito (cume oco ).
É Ifá quem diz: " ò ni, òkòtó, ò ni, Agbegbe lójú bèè ló si n fi esè kan gogogo pòòyi rányinrányin kálè"
Tradução: "Ele diz: òkòtó (pião-caracol), Ele diz: ele tem um amplo cume oco.
Assim òkòtó com uma só perna, rola por toda a superfície do solo."
 Esse Odú foi recitado pelo Babálawo Ifátoogun para ilustrar as múltiplas variedades de Èsú- orísírisí Èsú para explicar seu papel como fator de expansão e de crescimento a partir de um único Èsú_ o pé do òkòtó, Àgbá Èsú,  de cuja natureza as múltiplas unidades participam. Òkòtó ilustra não só que os Èsú, "apesar de numerosos, sua natureza e sua origem é única ", mas também ele explica o significado dinâmico, sua maneira de crescer e de se multiplicar "em espiral ".
 
 
 
 Èsú é UM multiplicado ao infinito. Em numerosos textos e cantigas encontra-se essa relação de Èsú com o número 1. Assim, numa parte do itan que ilustra esse Odú, conta-se que, quando Èsú acabou de se preparar para vir do òrun ao àiyé,  já que "queria abençoar aqueles que não eram numerosos na terra, e porque ele percebia claramente que as cidadezinhas se lastimavam amargamente por não crescer ", ele convocou todos os seus descendentes no òrun, "os filhos de seus filhos, de geração a geração", e os contou durante longo tempo; "eram mil e duzentos, Àgbà Èsú, ele próprio, o rei de todos, acrescentou UM a seu número, o que fez 1201". Assim interpretasse que "a adição de uma unidade ao número redondo evoca a continuação... o número redondo, ao contrário,... marca uma paralização na numeração, logo, por analogia, uma paralização das relações sociais das partes, um limite.... " Essa capacidade dinâmica de Èsú que tanto permite a Sòngó lançar suas pedras de raio como a Òsányìn preparar seus remédios, esse poder neutro que permite a cada ser mobilizar e desenvolver suas funções e seus destinos, é conhecido sob o nome de Agbára. Èsú é o senhor-do-poder, Elegbára, ele é ao mesmo tempo seu controlador e sua representação. Olórun delegou esse poder a Èsú ao entregar-lhe o Àdó-iràn, a cabaça que contém a força que se propaga. O Àdó-irán constitui um de seus principais emblemas e está presente nos "assentos" e em numerosas esculturas sob a forma de uma cabaça de longo pescoço apontando para o alto que Èsú carrega em sua mão. Principio dinâmico e símbolo complexo que participa de tudo o que existe, em sua força abstrata , Èsú só precisa apontar seu àdó para transmitir a força inesgotável que tem. Èsú, como Ifá, possui um culto e sacerdotes, mas por causa de seu significado está ligado a todos os cultos dos ìrúnmolè, tanto òrisà como ancestrais, participando de todos eles. Èsú o primogênito do universo.
 "ORERE TI NDU ORI ELEMERE, BABÁ MI TA MI L'ORE OLA MO SIRE AGBE RODE O " . Tradução: "Èsú o bondoso, que se preocupa, em melhorar a qualidade de vida, de todos os seres. Oh! meu pai, me presenteie com a prosperidade, fui propagar a sua sabedoria à todas as pessoas".

Este texto é um resumo de pesquisas feita no livro os nagô e a morte.
Postado por Iyalorisa e Iyanifa Ifayemi

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Olho de Hórus - Uma Breve e Interessante Síntese


Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol.

 
 
Durante uma luta, o Deus Set arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto .

As linhas abaixo do olho esquerdo de Hórus representam as lágrimas de dor e sofrimento e correspondem aos padrões de plumagem do falcão

O olho de Hórus era a união do olho humano com a vista de um falcão, animal associado ao Deus.

Antigo símbolo egípcio. Representa o olho divino do deus Hórus, freqüentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder clarividente do Terceiro Olho.

 
Hórus era uma das divindades egípcias mais antigas e possuía vários aspectos e formas. Era representado na forma de um falcão. A palavra egípcia que faz partes de seu nome - her - significa "aquele que está no alto" ou "que está distante", numa referência ao vôo do falcão ou ao aspecto solar do deus. Ele era imaginado como um falcão cujo olho direito é o sol e o esquerdo a lua. As plumas de seu peito representavam as estrelas e suas asas abertas o céu. O bater de suas asas produzia o vento. Também era uma divindade solar - o falcão atravessava o céu como o sol em sua jornada diária. Era chamada por isso de "deus do oriente" ou "Hórus dos dois horizontes" (Horakhty), podendo se fundir com o deus sol Rê. Como filho de Ísis e Osíris, Horus era a encarnação do faraó portando o título de "Senhor das Duas terras" (o Egito). Hórus vingou seu pai, assassinado por Set e conquistou o trono que havia sido usurpado pelo tio. Na forma de Hórus criança (Harpócrates) era protetor das crianças, representado com o dedo na boca ou sendo amamentado por Ísis.

Hórus era filho de Isis e Osiris. Quando jovem, ao lutar contra o próprio tio, Seth, para vingar a morte do pai, isso numa luta que durou 3 dias e 3 noites, Hórus perdeu um olho. Os outros deuses em recompensa, o presenteraram com um olho mágico, o chamado "olho de Hórus". Não importa se é o olho esquerdo ou direito, o que conta é o contexto. Mas, por Hórus ser o deus dos céus, atribui-se o olho direito ao sol e o esquerdo à lua, e as linhas negras referem-se aos contornos dos olhos de um falcão, a mesma ave que o representa.


Curioso também é que Seth é o equivalente ao Hades da mitologia grega ou o Lúcifer do cristianismo, o lado do mal.

Quem tiver mais interesse sobre a Mitologia Egípcia, é só pedir que publico.

Asé!
Paz e Bem!
Por Ifá Korede Emerson Fernandes
Texto retirado do Livro Metu Neter e do Livro dos Mortos.

OS 16 MANDAMENTOS DE IFÁ NASCEM DO ODU IKAFUN

 

 

ITAN DO ODU IKAFUN

1o. MANDAMENTO
• Esúrú: falar o que não sabe;
• O sacerdote não deve enganar ao seu semelhante dizendo e fazendo conhecimentos que não possui;
• Quem abusa da confiança do próximo, enganando-o e manipulando-o através da ignorância religiosa sofrerá graves consequências pelos seus atos, A natureza se incumbira de cobrar erros cometidos e isto se refletirá em sua descendência consanguínea e espiritual. 

 2o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM AOS MAIORES QUE NÃO CHAMASSEM A TODOS DE ESÚRÚ (CHAMAR A TODOS DE ESURÚ É CONSIDERAR TODAS AS COISAS COMO CONTAS SAGRADAS).
• O sacerdote deve saber distinguir entre o ser profano e o ser sagrado, o ato profano e o ato sagrado, o objeto profano e o objeto sagrado;
• Chamar a todos de “esúrú” é admitir que todos tenham missão sacerdotal;
• Para ser sacerdote, são necessários inúmeros atributos morais, intelectuais, procedimentais e vocacionais;
• A simples iniciação de um ser profano, desprovido destes atributos básicos e essenciais, não o habilita como um sacerdote legítimo e legitimado;
• Cabe ao sacerdote iniciador escolher com muito critério aqueles que são realmente dignos do sacerdócio;

3o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO CHAMASSEM FORÇAS, DA FORMA ERRADA “ÓDIDÉ”.
• Os sacerdotes nunca devem desencaminhar as pessoas com maus conselhos e orientações erradas;
• Os sacerdotes não devem usar seu poder religioso para o mau, se assim o fizerem serão como “ódidé”, aves noturnas que se saciam de sangue e com o sacrifício de outros;
• A mais importante função do sacerdócio: orientar, conduzir ao caminho correto, ao encontro do “IRÈ” (boa sorte) de acordo com seus ODU e ORISÁ;

4o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO DISSESSEM QUE AS FOLHAS DE “ARABÁ” SÃO
FOLHASDA ÁRVORE DE “ORIRO”.
ORUNMILÁ É AQUELE QUE NOS OLHA COM AMOR, NÃO FAÇAMOS POR ONDE POSSA NOS OLHAR COM DESPREZO.
• Usar de artifícios e mentiras contra as pessoas inocentes e crédulas e de bom coração, provoca o descontentamento de ORUNMILÁ e a consequente ira de ELEGBARA;
• Aquele que usa de meios escusos enganosos contra seus semelhantes, será culpado do crime de abuso de confiança;
 
 
 

 5o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO DEVERIAM MERGULHAR FUNDO, AQUELES QUE AINDA NÃO SOUBESSEM NADAR.
O SABER É FUNDAMENTAL PARA QUEM QUER FAZER.
É NECESSÁRIO O PODER QUE SÓ A INICIAÇÃO OUTORGA
OLODUMARE NÃO DEU AO IGNORANTE O DIREITO DE APRENDER SEM ANTES TOMAR DE QUEM SABE A OBRIGAÇÃO DE ENSINAR
• O sacerdote não deve ostentar uma sabedoria que na verdade não possua;
• O saber é condição básica para que se possa saber;
• Tudo deve ser feito integralmente e com legitimidade total;
• Deve o sacerdote ensinar tudo o que sabe àqueles que o cercam e que Ele confie;
• O sacerdote deve buscar orientação em quem sabe;
• O sacerdote não deve ostentar o que não sabe;

6o. MANDAMENTO
ELES AVISAVAM QUE FOSSEM HUMILDES E NUNCA JAMAIS AGISSEM COM EGOÍSMO
HUMILDADE E DESPRENDIMENTO SÃO ATRIBUTOS INDISPENSÁVEIS DE UM VERDADEIRO SACERDOTE
• O sacerdote não deve ser vaidoso de seus poderes, mas consciente deles;
• O sacerdote existe para servir e não para ser servido;
• O sacerdote não pode ser como pavão, que exibe suas plumas e desperta a sua morte; a vaidade empobrece o sacerdócio.(ODU ogundakete);
• O verdadeiro sacerdote não se preocupa em provar seu saber;
• O exibicionismo não é conduta de sacerdócio;

7o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO ENTRASSEM NA CASA DE UMA ARABÁ
(TÍTULO DAQUELE QUE RESGUARDA OS SEGREDOS DA CHEFATURA DE IFÁ), COM MÁ INTENÇÃO.
• A iniciação não pode ser realizada por interesses que não sejam idôneas;
• A intenção de um sacerdote é servir à humanidade, a ORUNMILÁ e aos ORISÁ;
• Iniciação por status ou vaidade pessoal é profanar o sagrado e assim pagará com duras penas o sacrilégio;
• Ninguém adentra impunemente ao IGBODU IFÁ;
• Iniciar alguém significa responsabilidade com o sagrado.

8o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE DEVERIAM USAR “EKODIDÉ” PARA LIMPAREM SEUS TRASEIROS.
OS SAGRADOS FUNDAMENTOS NÃO PODEM SER USADOS COM OBJETIVOS VÃOS.
• Os tabus devem ser integralmente observados sob pena de severas consequências;
• O sacerdote deve submeter-se às interdições impostas pelo seu ODU pessoal, assim como aos tabus de seu OLORI;
• Submissão ao culto e preceito é fundamental;
• A obediência total às orientações de IFÁ conduz o homem à plenitude de bênçãos;
• Não se deve usar o sagrado de forma leviana;
• Não se deve usar o poder do axé para prejudicar ninguém e em nenhuma hipótese;
• Usar o sagrado para vantagens pessoais, principalmente financeiras será continuamente cobrado e responsabilizado por isto;
 
 

 9o. MANDAMENTO
• O EPÒ é um elemento muito sagrado; é o sangue vegetal. Há de ser muito limpo e puro;
• Tudo deve ser limpo: instrumentos, pessoas, ambientes;
• Os assentamentos devem ser muitos limpos;
• As atitudes e a honra devem ser limpas e puras;
• O sacerdote deve ser escrupuloso com tudo;
• Os instrumentos litúrgicos, seus assentamentos, seu corpo, suas atitudes e seu caráter hão de permanecer sempre limpos… Muito limpos
• Nenhum orixá admite a sujeira física ou moral;

10o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO DEVERIAM URINAR DENTRO DO AFÓ
AFÓ É O LOCAL ONDE SE FABRICA O EPÔ
• Tudo num rito e num ato deve ter limpeza e religiosidade;
• A comida deve ser muito limpa;
• A comida deve ser realizada com religiosidade;
• O silêncio é fundamental nos atos;
• Ensinar quem não sabe e quem sabe menos é uma obrigação sagrada;

11o. MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO SE DEVE RETIRAR A BENGALA DE UM CEGO.
• Os que mais sabem hão de ter o mais profundo respeito pelos que nada ou menos sabem;
• Ninguém poderá descaracterizar o que os outros sabem e acreditam;
• Abalar a fé de quem sabe pouco ou nada sabe é retirar sua bengala;
• A mais importante missão de um sacerdote é ensinar e orientar;
• Hão de ensinar com doçura, sutileza, humildade e paciência;
• O sacerdote é um mestre;

12o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO SE RETIRA UM BASTÃO DE UM ANCIÃO
BASTÃO: SÍMBOLO DAS EXPERIÊNCIAS ADQUERIDAS;
DEVE-SE RESPEITAR E TRATAR MUITO BEM OS MAIS VELHOS
• Respeito aos mais velhos é um dos principais fundamentos da religião;
• Reconhecimento de antiguidade é posto;
• Falta de respeito, atenção, deixa-lo sem proteção é retirar-lhe o bastão.
• Os novos hão de respeitar os velhos;
• Os velhos são como livros de sabedoria que devem ser lidos com paciência e carinho;
• Numa religião aonde o saber é transmitido oralmente deve-se preservar seus velhos;
• Saber é poder!
 
 

 13o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO SE DEITASSEM COM A ESPOSA DE UM OGBONI
OGBONI : TÍTULO DE MASGISTRADO, JUIZ, PESSOA DGNA DE RESPEITO
• As autoridades devem ser respeitadas integralmente;
• O OGBONI representa: autoridade e leis;
• O sacerdotes devem pautar sua vida de acordo com a lei dos homens e dos ORISÁ;
• As leis de IFÁ devem ser respeitadas e nunca alteradas e manipuladas.

14o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NUNCA SE DEITASSEM COM A ESPOSA DE UM AMIGO
• Os amigos devem ser respeitados e nunca traídos;
• A amizade entre as pessoas deve sempre ser fortalecida;
• O respeito e a ética devem existir;

15o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NÃO SEMEASSEM DISCÓRDIAS RELIGIOSAS
• Não se deve usar a religião para a guerra e a separação entre os homens;
• A religião deve unir através de OLODUMARE, ORUNMILÁ e ORISÁ;
• Não se deve semear a desconfiança e inimizade entre as pessoas de ASÉ;
• DEUS é um só e todos os homens são seus filhos, portanto irmãos;

16o.MANDAMENTO
ELES AVISARAM QUE NUNCA FALTASSEM COM O RESPEITO OU QUISESSEM DEITAR-SE COM A ESPOSA DE UM SACERDOTE
• Os adeptos devem respeitar-se mutuamente;
• Uma única palavra neste mandamento: ÉTICA.
 
 
Contribuição de OJU ILE - Página Oseotura - Facebook
 
Não encontrei exatamente este verso no ODU IKA IFUN, entretanto revela uma série de verdades descritas em outros ensinamentos dados diretamente dos ODU.
Sendo assim, Asé!
 
Ifá Korede Iyemi Songó Fe Mi